Projetos

  • Projeto de Elaboração de um Laboratório de Química

SUMÁRIO.

1 Introducão ...................................................................................... 4
2 Objetivo ..............................................................................................4
3 Projeto de construção ........................................................................... 5







1 INTRODUÇÃO

A montagem do laboratório de ensino é uma das fases críticas do processo de implantação dos cursos, já que em grande parte dos casos, as instituições de ensino se estabelecem em instalações prediais que não foram originariamente construídas para esse fim. Não são poucas as escolas que se instalaram em locais onde no passado funcionavam fábricas ou escritórios.
Os obstáculos enfrentados na montagem do laboratório são sentidos também quando da ampliação e ou reforma deste. Um laboratório antigo, mesmo que tenha sido construído em acordo com as normas vigentes da época, poderá ter dificuldade para atender às normas de segurança atuais.
A montagem do laboratório deve incluir todos os requisitos de segurança. Para tanto, é fundamental a elaboração de um projeto detalhado para que haja funcionalidade, eficiência, segurança e se minimizem futuras alterações. Assim, não podem ser desprezados itens como a topografia do terreno, orientação solar, ventos, segurança do edifício e do pessoal, bancadas, capelas, estufas, muflas, tipo de piso, materiais de revestimento das paredes, iluminação e ventilação do ambiente. Deve-se levar em consideração, ainda, a legislação referente aos portadores de necessidades especiais, conforme a LDB – Lei no 9.394, de 20-12-1996, capítulo V, artigos 58 a 60.
Algumas orientações constantes deste Guia tomam como base as Normas Regulamentadoras (NR’s) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).




2 objetivo

O objetivo deste projeto é orientar as instituições de ensino na montagem e instalação de laboratórios destinados às aulas práticas de Química.
3 Projeto de construção

3.1 PISO

O piso deve ser impermeável, antiderrapante, resistente mecânica e quimicamente e não deve apresentar saliência nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
O piso de cerâmica comum é o mais recomendável pelo seu baixo custo, facilidade na colocação e limpeza, segurança oferecida, ótima resistência e durabilidade. No entanto, há várias alternativas de piso como os de: granilite, madeira (tacos), borracha.
De acordo com a NBR 14050 – ABNT, recomenda-se que todos os laboratórios tenham pisos do tipo Argamassa polimérica com grande quantidade de carga mineral, constituído por resina epóxi e quartzo selecionado de alta dureza. Este tipo de piso é indicado para pisos industriais que demandam elevada resistência química e mecânica. Ideal para áreas de tráfego pesado.
A espessura mínima deve ser de 3mm, com acabamento antiderrapante, e rodapés meia cana, conferindo facilidade na limpeza e maior segurança nos ambientes de trabalho.
É de primordial importância que não haja desníveis ou elevações no piso, a fim de evitar tropeços e possíveis acidentes. Outro aspecto importante a considerar quanto ao piso, refere-se à sua constante manutenção e limpeza. Os reparos que se fizerem necessários devem ser feitos imediatamente, mantendo-se o bom estado do mesmo.

3.2 PAREDES

As paredes devem ser de alvenaria revestida com reboco, massa corrida e pintura acrílica semi-fosca, em cores claras. Devem ser impermeáveis, revestidas com material que permita o desenvolvimento das atividades em condições seguras, sendo resistentes ao fogo e a substâncias químicas, além de oferecer facilidade de limpeza. De acordo com a NR-8, item 8.4.1, as partes externas, bem como todas que separem unidades autônomas de uma edificação, ainda que não acompanhem sua estrutura, devem obrigatoriamente observar as normas técnicas oficiais relativas a resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento acústico, resistência estrutural e impermeabilidade.

3.3 TETO

O teto deve atender às necessidades do laboratório quanto à passagem de tubulações, luminárias, grelhas, isolamento térmico e acústico, estática. A NR-8, item 8.2 preconiza que os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78. (Redação dada pela Portaria nº 23, de 9-10-2001).

3.4 PORTAS E JANELAS

As janelas e portas devem ser amplas e distribuídas de tal forma que permitam uma boa iluminação e arejamento do laboratório.
Recomendam-se janelas basculantes por apresentarem maior segurança e por serem facilmente abertas e fechadas com um só comando de mão.
As janelas devem estar localizadas acima de bancadas e equipamentos, numa altura aproximada de 1,20m do nível do piso e que a área de ventilação/iluminação seja proporcional à área do recinto, numa relação mínima de 1:5 (um para cinco). Deverá haver sistema de controle de raios solares, como persianas metálicas ou breezes (anteparos externos instalados nas janelas que impeçam a entrada de raios solares, mas não impeçam a entrada de claridade). Porém, sob nenhuma hipótese deverão ser instaladas cortinas de material combustível.
As janelas devem estar afastadas das áreas de trabalho e dos equipamentos, tais como cabines de segurança biológica, balanças, estufas, fornos industriais e capelas de exaustão química, entre outros que possam ser afetados pela circulação de ar.
As portas deverão ser amplas com largura mínima de 1,20m e com abertura para o lado de fora do laboratório. Recomenda-se o uso de visores em divisórias, paredes, portas e onde mais for possível. Os acabamentos das portas devem ser em material que retarde o fogo.
É recomendável que se tenha mais de uma saída e sempre distantes entre si. Caso não seja possível, as janelas devem favorecer a saída de emergência. Por isto, não devem ser obstruídas com armários, a fim de proporcionarem ema alternativa para saída de emergência. e com sentido de abertura da porta para a parte externa do local de trabalho.

4 PROJETO DE INSTALAÇÕES

4.1 Iluminação

As luminárias devem, sempre que possível, ser embutidas no forro, ter lâmpadas fluorescentes e proporcionarem nível de iluminamento de no mínimo 500 lux, sobre as áreas de trabalho.
 
Nas áreas que se manipulam produtos explosivos ou inflamáveis, as luminárias e interruptores deverão ser a prova de explosão

Nota: Para os laboratórios que possuem equipamentos e/ou produtos químicos sensíveis à luz solar, deve-se projetar a construção (ou reforma) excluindo-se a luz solar direta sobre o laboratório.

4.2 Instalação Elétrica
  • Preferencialmente deverão ser externas às paredes (facilitando qualquer manutenção) e embutidas no forro (desde que se tenha facilidade de acesso às mesmas).
  • Os pontos que alimentarão as bancadas deverão ser deixadas a 60 cm do piso, isto é, sempre abaixo dos tampos das bancadas.
  • Para a elaboração de um projeto elétrico é necessário que o responsável pelo laboratório, forneça ao projetista os equipamentos que serão instalados, com a potência, tensão e localização dos aparelhos sobre as bancadas ou sobre o chão.
  • As tomadas sobre as bancadas, devem estar a mais ou menos 1,0 m distantes entre si, sendo que em cada ponto (cada caixa do tipo pedestal) deverá ter uma tomada 110V e uma 220V (onde houver tais tensões).
  • Deve-se considerar que as tomadas de uso geral nas bancadas (onde não tiver um equipamento específico instalado) têm potência de 200W para tomada 110V e 200W para a 220V.
  • Nas áreas onde se manipulam produtos explosivos ou inflamáveis, toda instalação elétrica (eletrodutos, caixas de passagem, tomadas, interruptores e luminárias) deverá ser à prova de explosão.
  • Os eletrodutos e conduletes deverão ser identificados com a cor padronizada pela norma da ABNT e as tomadas 110V e 220V deverão ter plaquetas de identificação.
4.3 Instalação Hidráulica e de Gases
  • Tal como nas instalações elétricas, as instalações de água e gases deverão, sempre que possível, ser externas, facilitando assim a manutenção.
  • Atenção, procure evitar a instalação de gás GLP embutida no forro, (o que só é permitido com tubo luva), pois se houver vazamento, haverá acúmulo de gás dentro do forro, e quando as luminárias forem acesas, haverá a ocorrência de faísca, que por sua vez provocará a combustão do gás GLP.
  • Também, tal como nas instalações elétricas, os pontos de alimentação das utilidades nas bancadas (válvulas de gases, água, ar comprimido, vácuo, etc...) deverão estar entre 15 cm e 50 cm do chão, isto é, sempre abaixo do tampo das bancadas.
  • Todas as redes de água ou gases devem ter uma válvula de bloqueio, do tipo fechamento rápido, de fácil acesso para se ter agilidade quando houver necessidade de fechar o suprimento de água ou gases.
  • Sempre deve-se construir o abrigo de gases (GLP, nitrogênio, hélio, etc...) no lado externo do laboratório.
  • Todas as linhas deverão ser identificadas com cores padronizadas pela norma ABNT.
4.4 Instalação de Esgoto
  • Os ralos deverão ter grelhas de aço inoxidável do tipo abre-fecha.
  • A tubulação deve ser de material com resistência química aos produtos comumente usados nos laboratórios, tal como o polipropileno (deve-se evitar o uso do PVC branco para esgoto, bem como o ferro fundido).
4.5 BANCADAS DE TRABALHO

As bancadas deverão serão construídas de acordo com a disposição de cada tipo de laboratório, classificadas em quatro tipos:
• “Ilha”– geralmente se encontra no centro da sala, com os usuários em sua volta. É totalmente isolada e quase sempre tem pias nas extremidades e uma prateleira central.
• “Península” – possui um de seus lados acoplado a uma parede e dessa forma deixa três lados para uso dos usuários.
• “Parede” – está totalmente anexada a uma parede, deixando apenas um de seus lados para os usuários. É quase sempre usado para estufas, muflas, balanças, potenciômetros, entre outros.
• “U” – é uma variação do tipo “ilha”, sendo mais utilizada para colocação de aparelhos, tais como cromatógrafos, permitindo ao laboratorista o acesso fácil à parte traseira desses aparelhos para refazer ou modificar conexões e pequenos reparos.
Considerando o disposto nas NRs 8 e 17, do MTE, que estabelecem normas sobre Edificações e Ergonomia, respectivamente, bem como literaturas técnicas consultadas, recomenda-se que as bancadas:
• Sejam constituídas de material rígido para suportar o peso de materiais e equipamentos;
• Tenham a superfícies revestidas com materiais impermeáveis, lisos, sem emendas ou ranhuras e resistentes a substâncias químicas. As opções mais utilizadas no mercado são o granito, fórmica ou material similar.
• Possua profundidade aproximada de 0,60 ou 0,70 m, altura aproximada de 0,90m;
• Rodapé recuado no mínimo 0,15 m para posição em pé e bancadas livres para posição sentada;
• Possuam cubas com profundidades adequadas ao uso, com o mínimo de 0,25m;
Orienta-se, ainda, prever um espaço de aproximadamente 0,40m entre bancadas laterais e a parede e, também, no meio das bancadas centrais, a fim de permitir a instalação e manutenção de utilidades e evitar corredores muito extensos e sem saídas, para não criar áreas de confinamento. Evitar bancadas centrais com comprimento superior a 5 metros.
Outros apoios, como prateleiras superiores, castelos, racks e volantes para colocação de materiais de pequeno volume e peso, devem ser utilizados apenas durante a realização dos procedimentos laboratoriais e para disponibilizar soluções de uso contínuo.
Para evitar ofuscamentos e cansaço visual, as bancadas devem receber iluminação de forma que os raios de luz incidam lateralmente em relação aos olhos do usuário do laboratório, e não frontalmente, ou em suas costas.
 
4.6 ARMÁRIOS PARA REAGENTES

O laboratório deve possuir armários para guardar reagentes com 3,8m x 2m com paredes resistentes a explosão, sistema de exaustão e bandeja de retenção de líquidos, a fim de que se possa armazenar, principalmente os reagentes sensíveis a iluminação e inflamáveis.

4.7 ARMARIOS PARA VIDRARIAS

O laboratório de química deve conter armários com dimensões 1,70m x 1,5m para guardar somente vidrarias limpas e descontaminadas.

4.8 CAPELAS

As capelas devem ser localizadas nas paredes laterais para que não sofram influência de corrente de ar proveniente de tráfego de pessoas, proximidade de grelha de ar condicionado e equipadas com exaustores para evitar explosão, liberação de gases e vapores tóxicos e na manipulação de quaisquer produtos químicos. O laboratório deve conter duas capelas com dimensões 1,7m x 1,5m de altura.

4.9 PIAS

As pias devem ser inox com dimensões 60cm x 60cm e estar acoplada nas extremidades das bancadas.

4.10 ALMOXARIFADO

É necessário um almoxarifado para guardar estoques de reagentes utilizados no laboratório.
 
5 Reagentes para o laboratório de Química

Reagentes convencionais
Reagentes alternativos
Hidróxido de sódio
Soda cáustica comercial
Ácido clorídrico
Ácido muriático comercial
ácido acético
Vinagre
Hidróxido de magnésio
Leite de magnésia
Hipoclorito de sódio
Água sanitária
Cloreto de sódio
sal de cozinha
Bicarbonato de sódio
Fermento biológico
Etanol
Álcool comercial
Os reagentes devem ser identificados por rótulos de risco com a finalidade de:
  • Tornar tais produtos reconhecíveis à distância, pela aparência geral dos símbolos (como forma e cor);
  • Permitir a identificação rápida dos riscos que apresentam e prover, por meio das cores dos rótulos de risco, uma primeira indicação quanto aos cuidados a observar no manuseio.

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